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DOMINGO CHUVOSO
DOMINGO CHUVOSO

Domingo chuvoso, espero ansioso um novo amanhã

Chove bastante, chove e faz frio.
Um bom vinho cairia bem.
Imagino que a maioria das pessoas passou o domingo debaixo das cobertas, vendo televisão, lendo ou simplesmente dormindo.
Sauvignon 2004, acho que é uma boa pedida.
Com um tempo assim evita-se sair, viajar ou fazer programas que exijam locomoção.
É um domingo para refestelar-se e enroscar-se com os familiares e curtir a proximidade das pessoas queridas.
Relembrar o passado, sonhar acordado!
Adoro a chuva, talvez em função da minha ascendência campestre, em que a chuva era sempre bem vinda e aguardada festivamente.
Pego o violão! Talvez saia alguma coisa...
No interior, ela representa a possibilidade da fertilização do solo e conseqüentes colheitas futuras.
Quem sempre morou na cidade e em apartamentos, com pouco contato com o verde, talvez não perceba as modificações que a chuva realiza na natureza.
No Sul do país costumava matear solito, eu e as minhas coisas!
Falo dessa chuva mansa, que desce devagar e vai molhando o solo com parcimônia e cuidado.
Não destas que inunda tudo e destrói tanta coisa boa.
O solo que já não via água há meses e que por mais irrigação, continuava árido e seco.
É triste observar as plantas menores e mais frágeis irem definhando sob a inclemência do sol.
Mas mais triste ainda é ver cidades em baixo dágua, famílias perdendo tudo em uma noite de chuvas fortes.
E o nosso pensamento se volta para as plantações, que hoje vão brotando, as sementes se abrindo, a natureza se expandindo.
Num dia chuvoso olho para o quintal e percebo as plantas sorrindo para mim.
E eu sorrio para elas, numa intimidade que pode parecer loucura para alguns, mas que para mim significa que todos somos irmãos na natureza, homens, animais e vegetais.
O cuidado que dispensamos a cada um dos elementos é retribuído com a reciprocidade de podermos usufruir de um mundo belo, colorido e harmônico.
Após uma longa seca, surpreende-me encontrar pessoas que abominam a chuva, principalmente nos finais de semana.
Falo isto porque estamos sequinho no aconchêgo do nosso lar!
E se quisermos nos ater apenas a nossa natureza, experimentem respirar profundamente o ar que exala num dia como hoje.
Nossos pulmões agradecem a umidade natural, que se contrapõe a secura do ar após tanto meses sem chuva.
E o ar seco em demasia nos torna naturalmente cansados, sem ânimo para a realização de tarefas simples do dia a dia.
Se me for permitido comparar, considero um dia chuvoso tão belo como um dia de sol radiante.
Hoje é possível curtir a natureza enroscada na minha intimidade.
O sol nos lança ao mundo e nos convida as aventuras externas.
Tudo na natureza tem seu tempo e seu lugar.
Cabe a nós nos ajustarmos e agradecermos a Deus a possibilidade de podermos viver num mundo tão repleto de prazeres simples e tão impactantes.
E sigo mateando calado, olhando assustado o que restou de mim!